Minha mãe " morria " de medo de chuva e trovões.
Quando Gustavo era bebê não me agradava a idéia de vê-lo assustado com a chuva, então desde pequenininho acostumei-o a gostar de ouvir o barulhinho da chuva na vidraça e quando ouvíamos os trovões eu sorria para ele,
tentando lhe passar uma certa segurança e ele bem bebezinho, quando ouvia levantava o dedinho pra cima , erguia as sombrancelhas e ficava com aquela carinha de quem queria dizer :
- Olha, atenção, escuta ... era muito fofo !
E por ai foi-se o tempo, quando ele cresceu eu dizia ao ouvirmos os trovões :
- Olha filho, os anjinhos lá no céu estão fazendo faxina !
Íamos até à janela e eu colocava sua mãozinha para que ele pudesse sentir os pingos de chuva . E ele curtia muito tudo isso, posso me lembrar da casa, do quarto, da janela de onde morávamos, na nossa casinha nós éramos príncipe e rainha, eu e meu filhote, qdo não estava trabalhando eu AMAVA ficar com ele.
Da nossa cozinha víamos o corredor que ia para o quintal e um dia ele pedia insistentemente :
- Vamos mamãe, vamos na chuva ...
- Ah filho não, não pode...
Ainda mais que às vezes ele tinha dores de ouvido .
Mas neste dia ao ver aquela carinha linda, os olhinhos brilhando de tanta emoção eu cedi:
Peguei-o no colo, ( Minúsculo ! Tinha uns 2 anos ) e disse :
- D. Chuva ! Lá vamos nós !!!
A chuva tinha acalmado ... Estava bem morninha, feito água no chuveiro, o cheiro da terra molhada , e nós cantávamos e dancávamos ... E ele gritava de alegria e qdo eu parava de cantar ele dizia rindo :
- Canta mamãe, canta pa chuva !
Foi lindo ! E toda vez , ameaçava chover , ele queria que fosse prá valer para dançarmos na chuva.
Isto tudo tem o gostinho da minha vida !
Uma vez , ouvi dizer que mamães não devem ser monstros, que criam seus filhos para terem medo da vida !
(eu e filhote )
BY CRIS
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